Obras, que abrangem todos os 16 conjuntos de viadutos, serão concluídas em 2021. Recursos são de mais de R$ 7,3 milhões
A reforma das tesourinhas do Plano Piloto segue em ritmo acelerado (assista ao vídeo abaixo). Nesta sexta-feira (26), o GDF liberou mais um desses viadutos, nas entrequadras 3/4 Sul, e também iniciou a urbanização na 15/16 Sul, obra que deve ser entregue nos próximos dez dias.
O trabalho, que abrange os 16 conjuntos de tesourinhas das asas Sul e Norte, demanda investimentos de R$ 7.337.888. Desse montante, R$ 3.382.888 são para as estruturas da Asa Sul, enquanto R$ 3.955.000 serão empregados nas da Asa Norte. As obras começaram em novembro de 2019 e têm previsão de conclusão para dezembro deste ano, na Asa Norte, e janeiro de 2021, na Asa Sul.
Reformar todos esses viadutos e trazer mais segurança e conforto à população é prioridade do GDF. As obras nas tesourinhas têm como objetivo reerguer Brasília e conservar a estrutura da cidade, além de cumprir uma determinação do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), que apontou, em relatório, a necessidade de reforma adequar os viadutos.
“Esse cuidado que estamos tendo com a cidade mostra para as pessoas que elas também precisam cuidar da cidade”, pontua o governador Ibaneis Rocha. “Esse é o sentido de se trabalhar com tanta união. É unir a população nesses cuidados que a cidade merece.”
As intervenções compreendem a revitalização dos viadutos que passam sob o Eixo Rodoviário (Eixão) e os eixinhos W e L, ligando as quadras 100 e 200. Eles têm recebido pintura antipichação e padronização da fachada. As equipes também atuam na recuperação das estruturas de concreto, reconstrução dos guardas-rodas – muretas de proteção fixadas nos eixinhos – e na substituição e recuperação de ferragens enferrujadas.
As estruturas viárias não corriam risco iminente de desabamento, mas estavam comprometidas pelo longo período de uso e pelo fato de nunca terem tido manutenção eficiente. Em algumas dessas vias, os técnicos responsáveis pela recuperação encontraram patologias até dez vezes maiores que as estimadas no projeto de revitalização.
De cara nova
Ao planejar Brasília, o urbanista Lucio Costa quis evitar o cruzamento de vias para assegurar uma circulação fluida. Dessa forma, criou as tesourinhas, vias que passam por baixo do Eixo Rodoviário e dos eixinhos (L e W) e dão acesso às superquadras e aos comércios locais das Asas Sul e Norte.
Há um conjunto com duas tesourinhas e um túnel de ligação em cada uma das 16 entrequadras que cortam os quase 15 quilômetros do Eixão, ligando as asas Sul e Norte. Boa parte desses viadutos era revestida por tijolos vermelhos. Como esse material acabava escondendo eventuais problemas na estrutura, o padrão foi alterado para concreto aparente. Essa mudança foi aprovada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
IAN FERRAZ, DA AGÊNCIA BRASÍLIA * | EDIÇÃO: CHICO NETO